segunda-feira, novembro 26, 2007

INTERVENÇAO POLITICA - PODER LOCAL DEMOCRATICO


Na reunião camarária de 21.11.2007 foi efectuada a seguinte intervenção politica pelo Vereador Nuno Sousa:

"A democracia que hoje vivemos ao nível local é substancialmente menos do que a democracia ideal desejada. É uma democracia imperfeita que vezes sem conta assiste a braços de ferro entre a legalidade e a popularidade. Investidos pela legitimidade do voto, alguns eleitos comportam-se como autênticos déspotas, mas fazem-no “em nome do povo” (ou pelo menos vão vendendo essa ilusão) e é “em nome do mesmo povo” que se vão governando e governando os interesses dos que lhe financiam as campanhas.

A melhoria da qualidade da democracia ao nível do nosso poder local implica um investimento contínuo na educação e formação cívica dos cidadãos. É claro que há custos: uma sociedade bem formada torna-se uma sociedade exigente, o que faz com que as demandas dos cidadãos aumentem desproporcionalmente à capacidade de resposta do sistema político, mais lento no seu ajustamento a novos patamares de governação – e, por conseguinte, cause alguma instabilidade e descontentamento. Mas esta é uma regra de ouro da Democracia. Só aos não-democratas, aos populistas, aos déspotas convém uma sociedade pouco informada e com baixos níveis de sofisticação.

Interrogar-se-á o Sr. Presidente sobre o motivo e alcance desta intervenção politica. Resumidamente, o motivo é o Senhor e o alcance, a sua atitude politica para com a Vereação da Oposição, ao longo destes dois anos de mandato.

Como é sabido, a nossa candidatura foi e é um projecto de ideias, sustentado por pessoas com uma grande vontade de trabalhar e com uma grande entrega e dedicação a Mirandela.

Todavia, temos assistido a uma constante adulteração dos valores democráticos nestas reuniões, com insultos pessoais, num tom jocoso e arrogante, sem o menor sentido de responsabilidade politica pelo cargo que se ocupa. Passo a citar:
1 - A sonegação de informação à Vereação da Oposição também tem sido evidente, basta verificar o incumprimento das respostas aos requerimentos apresentados, na negação de cópias de planos e diagnósticos encomendados por esta Autarquia e guardados a sete chaves pelo seu Executivo, talvez na mira de se tornarem manifestos eleitorais para as próximas eleições autárquicas.
2 - A adulteração de actas, toma-se uma posição, mas depois, dá-se instruções para reproduzir em acta, outra intervenção. A imagem do Presidente e dos seus Vereadores (aqueles que intervêm nas reuniões, é claro) não pode ser manchada com tais intervenções.
3 - A atribuição de um voto, em nome da Vereadora da Oposição sem, que a mesma tenha estado presente e a reunião camarária tenha tido quórum, para votação.
4 - A utilização do património da Autarquia – O Boletim Municipal – para aproveitamento politico, às custas do erário público.
5 - O estudo de opinião encomendado para valorizar a imagem politica do Sr. Presidente.
6 - Os convites aleatório - enviados à Vereação da Oposição para salvaguardar a imagem politica do Sr. Presidente como um Autarca democrata.
7 - As retaliações “encapuçadas” sobre aqueles que ousam questionar o “modus operandi” do Sr. Presidente ou que se atrevam a socializar com a Vereação da Oposição. Tudo vale, tudo se faz, para manter o “cadeirão do poder”.

Felicitaria os seus Vereadores, se tivessem a coragem que outros tiveram quando exerceram os seus cargos com responsabilidade e idoneidade, mas que sabiam dizer não à demagogia politica do Presidente, sem nunca comprometer o respeito que lhes é merecido, pelo desempenho das funções neste Executivo.

Se os Vereadores da Oposição fossem realmente os menos preparados, será que mereciam tanto destaque e reconhecimento numa pseudo-entrevista, ou seriam simplesmente ignorados, como é seu procedimento normal para com os seus Vereadores. Basta ao leitor e munícipe ler as duas ultimas perguntas de uma entrevista recente do Sr. Presidente.
Quantas propostas apresentou o Sr. Presidente, enquanto foi Vereador da Oposição? Certamente, nenhuma. Foi demasiado rápido a fugir das suas responsabilidades como autarca eleito.

Esta tem sido uma Vereação que se preocupa com os interesses de Mirandela, de forma desprendida, de cabeça erguida, convictos de que as suas prestações politicas como Vereadores de Oposição, foi no interesse dos Mirandelenses, mesmo quando são alvo de insultos pessoais.

Os constantes balanços de mandatos na comunicação social local, que de três em três meses procura manter viva a imagem politica do Presidente, numa aspiração semelhante ao culto da personalidade praticado pelo Presidente da Venezuela, Hugo Chavez. Resta saber, se o Sr. Presidente pretende agora apresentar aqui neste Órgão uma proposta para a alteração à constituição portuguesa para se tornar democraticamente vitalício nesse lugar.

Temos exercido esse papel com uma acção crítica, exigente e credível – apontando erros e apresentando soluções alternativas.

Afirmando de modo interveniente, a nossa posição no contexto da politica local, travando um combate desigual contra um Executivo maioritário, que se pauta, muitas vezes, por comportamentos POUCO democráticos, por um autoritarismo RUDE, por uma gestão despesista, enfim, de pouca ou nenhuma obra útil.

É nesta condição que a Vereação da Oposição será, doravante, intransigente com os atrasos propositados aos requerimentos apresentados, com a sonegação de assuntos camarários, e outros comportamentos pouco dignificantes para com este órgão."

domingo, novembro 25, 2007

DECLARAÇÃO DE VOTO - ORÇAMENTO PARA 2008

1 - NOTA INTRODUTÓRIA AO ORÇAMENTO E GOP - 2008
Contrariando o Estatuto da Oposição, consagrado na Lei nº24/98 de 16 de Maio, mais uma vez o Sr. Presidente fez questão de disponibilizar documentos incompletos relativamente ao Orçamento de 2008 à Comissão Politica Concelhia do CDS/PP para que esta pudesse pronunciar-se sobre o mesmo em reunião agendada para o efeito.
Após uma análise prévia aos documentos disponíveis, constatou-se que mais uma vez os mesmos se encontravam omissos de valores previsionais para a sua avaliação, nomeadamente:
• Balancete das Receitas Correntes e de Capital de 2007 (até à presente data).

Deste modo, quis o Sr. Presidente que a Oposição discutisse valores previsionais sem conhecer em concreto a realidade financeira da Autarquia, como se isso fosse credivelmente possível.
Todavia, exigia-se ao CDS/PP que cumprisse o pró-forma do direito da Oposição, comparecendo à reunião e enumerando para o efeito as suas sugestões, cientes de que esse debate deve ser pautado pelo rigor e seriedade com que estes documentos exigem ser encarados.

Contrariamente ao que se afirma na extensa nota introdutória das Grandes Opções do Plano e Orçamento para 2008, e que já foi devidamente analisado pelo Sr. Vereador, Dr. Hernâni Rodrigues, esta declaração de voto será sucinta, dado que existe pouco conteúdo neste documento que mereça uma análise extensa. O Orçamento para 2008 em causa, apresenta-se como documento previsional e de opções estratégicas para o concelho de Mirandela. Numa primeira abordagem, estaríamos perante um documento estratégico que iria definir (embora tardiamente) as opções politicas do Executivo em permanência para o mandato 2005-2009. Mas não.
Trata-se sim das Grandes Opções do Plano para 2009-2013, porque o Sr. Presidente pretende lançar já, algumas das obras que prometeu em mandatos anteriores, para que em 2009, possa dizer aos Mirandelenses, que tem obra em curso, e que é preciso dar continuidade. Mas continuidade a quê, em concreto? Mais despesismo, mais opções politicas eleitoralistas, mais actividades recreativas, menos obras prioritárias, menos fundos comunitários, menos equidade social.

Porque, efectivamente, estamos perante um discurso vazio e repetitivo, com um conjunto de estudos estratégicos e propostas soltas que foram assimiladas, com muitas incertezas de concretização nas opções apresentadas, para esconder a triste realidade dos números. Sem uma ideia de planificação objectiva de desenvolvimento no futuro, mas mesmo com redacção renovada, e com uma boa apresentação gráfica, mantém-se a essência da substância das opções e capacidade politica do actual Executivo responsável pela sua gestão. Como diz o ditado – “muita parra, pouca uva”.

2 - ORÇAMENTO PARA 2008
O Orçamento deve ser um instrumento de gestão e também o vector da politica de desenvolvimento que se preconiza para o município.
Mas, contrariamente, ao que se pode constatar trata-se de um Orçamento já totalmente comprometido e absorvido pelos encargos em dívida a empreiteiros e fornecedores ou por dotações cabimentadas, referentes a um conjunto de obras lançadas ou iniciadas em mandatos anteriores, já que em 2006 e 2007, verificamos um decréscimo no lançamento de empreitadas. Um claro exemplo de uma gestão eleitoralista, e que agora se prepara para branquear a imagem, de um Executivo que sempre pautou a sua gestão pela ineficácia e pelo descontrolo orçamental.

2.1 - RECEITAS CORRENTES E DE CAPITAL
No que se refere às receitas totais para 2008, este Orçamento e à semelhança de anterior, peca pela falta de rigor e de seriedade, senão vejamos:
• Em 2007 previa-se inicialmente uma receita de 39.881.000,00€, estando actualmente e após várias modificações orçamentais, em 40.257.089,11€, isto é, aumentou-se ainda mais o valor da previsão para 2007, enquanto que a importância arrecadada continua muito aquém do projectado;
• Como é possível que até ao final de Outubro deste ano, a Autarquia apenas tenha arrecadado uma receita total de 14.672.084,60€ com taxa de execução de 36,44% e prever, “de modo responsável”, uma receita total de 41.980.300,00€ para o próximo ano?

Mas se a nossa análise incidir somente sobre as Receitas de Capital, essa discrepância ainda é mais acentuada. Com efeito, foi cobrado até ao final de Outubro uma receita de apenas 4.559.348,35€ (previam-se 26.727.004,00€) com taxa de execução financeira de 17,05%, como pode prever-se com “rigor e seriedade” uma Receita de Capital de 26.989.350,00€ para 2008, isto é, quase 6 vezes mais do que foi realmente alcançado no corrente ano?
Comparativamente, em 2006, obteve-se mais receita de capital, em igual período, 7.136.350,73€, traduzindo-se em 30,79% de taxa de execução financeira .

Ainda mais incompreensível, é a inscrição de uma previsão total de 15.571.930,00€ em Transferências de Fundos Comunitários, quando no corrente ano apenas se obteve, até 31 de Outubro, o valor de 1.189.125,04€ (referente a uma previsão de 15.471.930,00€ para 2007, praticamente idêntica à que se prevê para 2008) com taxa de execução de 7.68% para 2007. Para igual período, mas em 2006, a taxa de execução para esta rubrica foi de 21,41%.
Verifica-se assim um decréscimo na obtenção de fundos comunitários.

Mais uma vez a análise comparativa de alguns indicadores que constam do mapa em anexo permitem-nos uma visão bem demonstrativa do que foi a ineficácia do orçamento de 2007, como também comprova a falta de rigor e de imaginação para 2008, a que já nos referimos:

Relativamente ao investimento da construção de habitações sociais, parece existir uma contradição: fomos informados em 2006 de que a autarquia tinha já, “...negociado e financiado pelo INH – Instituto Nacional de Habitação um valor superior a 2.000.000,00 € para a construção de habitação social.”, todavia, em 2007, nada foi executado, mas reforçam agora a rubrica para 3.050.000,00€.
Será que existe vontade politica para construir as Habitações Sociais em Mirandela e Torre de D. Chama, ou será mais uma vez uma promessa adiada?

2.2 - DESPESAS CORRENTES E DE CAPITAL
Da análise das despesas apresentadas para 2008 e executadas até Outubro 2007, retiram-se ainda algumas conclusões muito claras e preocupantes:
• As despesas correntes de 2007 previam uma dotação inicial de 12.672.950,00€, estando actualmente em 14.386.550,00€, um aumento de 13,52%. Continuamos a assistir ao aumento de despesas correntes.
• As despesas de capital de 2007 previam um valor inicial de 27.208.050,00€, estando a sua dotação, com uma taxa de despesa paga de 21,14%, ou seja, 5.753.559,58€.
• Em 2008 o Sr. Presidente propõe uma diminuição de despesas de capital (que reduz para 25.887.000,00€) reforçando em contrapartida as despesas correntes;
• Todavia, e considerando a taxa de despesa paga ser pouco mais de 20%, mesmo esta diminuição em cerca de 1.500.000,00€, continua utópica face à realidade financeira desta Autarquia.
• Mais uma vez, importa referir que este Orçamento continua a “engordar” as rubricas em muitos milhares de euros, através de médias empoladas, que sempre demonstraram em Orçamentos anteriores, cumprir apenas a função de “caixa de depósito” permitindo desse modo, o reforço de dotações em despesas correntes sempre que é efectuada uma modificação orçamental. Prevê-se a continuação desta pratica.

3 - CONCLUSÃO
Para não tornar esta declaração demasiado extensa, terminamos com uma intervenção de um deputado municipal do seu Grupo Parlamentar, que o avisou relativamente a sua responsabilidade para com os eleitores durante este mandato.
Passo a citar:
...E agora Sr. Presidente, o que fazer com esta maioria?
É verdade que com maioria, terá mais sossego para decidir mas arranjou um mundo de trabalho, porque maioria implica mais trabalho, mais dedicação, mais responsabilidades... ...Nós iremos apoiar incondicionalmente o Executivo nas propostas que nos apresentarem, mas também iremos abanar o Executivo quando virmos que está comodamente instalado nessa maioria.
” – Deputado Municipal Dinis Humberto Veiga.

É mais um ano que passa, sob a gerência do Dr. Silvano, e também é mais um ano de adiamento das suas promessas do mandato anterior e que prometeu concluídas ou em fase de conclusão em meados do mandato – 2007, conforme discurso inaugural de Tomada de Posse em Outubro de 2005, das quais destacamos as mais divulgadas:
1. O Complexo Desportivo; Em que situação se encontra?
2. Construção do Museu da Oliveira e do Azeite – anunciado em conferência de imprensa que entraria em funcionamento ainda em 2005; PARADO, Por cumprir.
3. Construção das 100 Habitações Sociais; Em que situação se encontra?
4. Requalificação urbanística do Santuário de Nª Srª. do Amparo; Por cumprir.
5. Acesso Oeste ao IP4; Por cumprir.
6. Pólo tecnológico ou Agropolo; Por cumprir.
7. Requalificação Urbanística e Paisagística da Entrada e acesso ao Cemitério de Golfeiras; Por cumprir.
8. Reparação e remodelação do Palácio dos Távoras; Por cumprir.
9. Construção do Pavilhão Desportivo; Por cumprir.
10. Edificação da Casa da Musica de Mirandela; Por cumprir.
11. Gabinete de Apoio ao Municipe; Prometido há mais de um ano.
12. Centro de Saúde II. Para quando?
13. Pavimentação da EN15 até ao Vimieiro. Para quando?
Entre outras.

Esperemos que o Sr. Deputado Municipal Dinis Veiga, saiba ser um homem da sua palavra e dê um forte “abanão” ao seu Executivo em permanência, para que este seja mais realista e exigente nas suas opções politicas.

Por ultimo, os Vereadores da Oposição podem ser os “menos preparados”, na opinião do Sr. Presidente, mas pelo menos temos preparação suficiente para ver que o actual Presidente é o “menos preparado” de todos os Presidentes que por aqui passaram, especialmente o que o antecedeu.

Pelas razões expostas, os Vereadores do CDS-PP votam contra este Orçamento.

INTERVENÇAO POLITICA - ANALISE DO ORÇAMENTO 2008


Na reunião camarária de 21.11.2007 foi efectuada a seguinte intervenção politica pelo Vereador Hernani Rodrigues:

AS GRANDES OPÇÕES DO PLANO E O ORÇAMENTO DA CÂMARA MUNICIPAL DE MIRANDELA PARA 2008

Dada a importância que este documento tem para a gestão municipal, devo referir que discordo profundamente, que me tenha sido entregue 2 dias antes desta reunião pois deveria ser analisado com a necessária profundidade, até no sentido de lançarmos aqui sugestões a este executivo, pelo que é minha intenção analisá-lo mais profundamente e voltar a ele na próxima reunião.

O Orçamento é um instrumento fundamental para o funcionamento de qualquer instituição. Representa a tradução em números da realidade, incluindo os compromissos do passado, as decisões do presente e as perspectivas de futuro. Ao analisar um orçamento não é possível ignorar nenhuma dessas suas dimensões. A realidade de um orçamento deve ter na base um estudo comparativo e inter-temporal, pelo que deveria ser efectuada essa análise, tendo em conta a evolução tendencial que existiu durante os últimos anos nesta autarquia.

Assim, é necessário, através deste documento, planear e quantificar toda a actividade económica, política e administrativa, devendo-se, através da previsão e aplicação dos recursos obtidos, atingir o equilíbrio financeiro. Agora deveria ser tempo de imprimir um novo rumo e concretizar novos objectivos. Deveríamos afirmar por isso, o compromisso de, em diálogo, apostar na participação, parceria e cooperação, com todos os que estejam seriamente empenhados no serviço público à comunidade e na defesa dos interesses e necessidades das populações, aprofundar em evolução criativa um projecto autárquico que estivesse na base de transformações incomensuravelmente positivas – com mais progresso social, económico e qualidade de vida do concelho de Mirandela.

Este orçamento que nos foi apresentado, constatámos tratar-se de um documento perfeitamente decalcado do Orçamento relativo a 2007. Confirmou-se, por isso, a crítica por nós já aqui formulamos quando, por diversas ocasiões, sublinhamos a falta de criatividade e dinamismo destas políticas autárquicas.

Assim não concordamos com este Orçamento, pelas razões que a seguir se apresentam e que gostaria de expor. Desde que o Dr. José Silvano, assumiu os destinos da Câmara Municipal de Mirandela, já lá vão doze anos, o endividamento subiu exponencialmente e as dívidas acumuladas a credores não bancários atingem valores que se estimam num valor significativo das receitas anualmente entradas nos cofres da Câmara. Alheias a estes factos, as Grandes Opções do Plano da Câmara Municipal de Mirandela para o ano de 2008 vão-se elevar a cerca de 42 milhões de euros. A análise deste orçamento poderia ser encetada sobre o ponto de vista das suas várias classificações, quer económica, quer orgânica ou funcional. Mas dada a escassez do tempo que tivemos iremos utilizar a análise sob o ponto de vista funcional.
Assim as opções para 2008, quando comparadas com as de 2007, revelam um aumento da intenção de investimento em:
o Serviços Gerais de Administração Pública (+16%)
o Segurança (+150%)
o Em Ordenamento do Território (+58%)
o Saneamento (+8%)
o E nos Resíduos Sólidos (+32%)


No entanto, apesar do aumento da dotação em 2008, nem todos os objectivos e programas são aumentados. Por exemplo, haverá desinvestimento na:
o Funções Económicas (-6%)
o Saúde (-140%)
o Habitação Social (-197%)
o Abastecimento de Água (-5%)
o Na Cultura (-47%)
o No Desporto (-81%)
o Nos Transportes (-6%)


Assim podemos verificar em termos práticos nesta análise que existe uma posição contrário a tudo aquilo que o Drº Silvano vem referido em termos mediáticos, o que demonstra a total ausência de rumo que norteia a sua gestão, assumindo que funciona em função do seu calendário eleitoral. Vemos também que a Câmara vai gastar mais dinheiro nas despesas de funcionamento (+13%) face a 2007. Numa época de crise é preocupante esta postura despesista. O que só por si merece em consciência o desacordo.

Assim a previsão de receita deste orçamento é 42 milhões de euros e uma justificação de despesa do mesmo montante. Tal valor corresponde a um aumento em 6% relativamente à previsão da receita para o ano de 2007, orçada em 39 milhões de euros. A contribuir para estes valores está o aumento das transferências, tendo por base uma análise estática do documento. Podemos assim dizer, para se atingir a receita de 42 milhões de euros, estará demasiado dependente das transferências da Administração Central, o que prova a pouca iniciativa do executivo municipal.

Parece existir aqui um empolar os números de receitas com a intenção de quer aparentar um único fim, que é o de justificar a receita para permitir orçamentar mais rubricas, permitido mais promessas de concretização de apoios financeiros, obras e demais benfeitorias.

Numa análise mais demorada deste documento ao qual a entrega desta documentação a dois dias desta reunião não nos permitiu, poderia ser utilizada uma Estimação para esses Ajustamentos através de Processos Estocásticos, ou seja, através da Inferência Estatística no Modelo de Regressão Linear Múltipla (utilizando as respectivas variáveis: quer independentes, quer dependentes, bem como a utilização de desfasamentos e seus resíduos), no sentido de fazer acabar com este manto de poeira e apurar os verdadeiros valores reais, já nesta altura, pois poderá tentar iludir alguns, mas não consegue iludir-nos a todos. Mas tendo em conta todo o seu passado bem conhecido, estamos limitados, já que teríamos de o questionar sobre alguns dos pressupostos base, e bem sabemos da sua falta de preparação nesta área para responder às nossas questões. Já que noutra altura não foi capaz de responder a perguntas bem mais simples, e expostas já à bastante tempo através de requerimentos, pelo que ainda aguardamos ansiosamente por essas respostas!...

Mesmo assim, façamos uma análise simplista para estimar de forma realista qual a receita da Câmara para o ano de 2008 de acordo com a análise das receitas dos anos anteriores. Os valores da receita de 2007 só serão conhecidos no próximo mês de Janeiro ou/ Fevereiro. No entanto, de acordo com a comunicação dos dados no final do mês de Outubro, as receitas arrecadadas em 2007, até à data, eram de 14 milhões de euros, segundo indicação dos serviços. A experiência tem dito que os montantes comunicados em Dezembro à Assembleia são menores em cerca de 20% aos valores finais, já para sermos optimistas, embora o desvio padrão nos contrarie. Tal quererá dizer, que a receita em 2007 será de cerca de 18 milhões de euros, o que representa uma diminuição de 5-10% em relação a 2006, o que vem demonstrar a profunda falta de dinamismo na gestão autárquica. Se a receita se situar num valor próximo ou inferior a 18 milhões, será uma taxa de execução orçamental inferior a 50%.

Atendendo a este cenário, a receita para 2008, mesmo sendo muito optimista, como o Dr. José Silvano gosta que todos nós sejamos, e admitindo um aumento de receita em 6%, infelizmente, só chegará aos 20 milhões, menos de metade dos 42 milhões propostos pelo Sr. Presidente da Câmara. Neste cenário, é pois de esperar que muitas das promessas do Dr. José Silvano não passem, mais um ano, do papel. Não podendo fugir aos encargos com pessoal, estimados em cerca de 6 milhões de euros e que ultimamente tem vindo a crescer para pagar alguns dos favores eleitorais, assumindo os compromissos com os aquisição de bens e serviços em 2008, que são cerca de 6 milhões, assim não permitirá consumar as actividades que constam como intenções de realização nas Grandes Opções do Plano para 2008, tenham elas sido classificadas como actividades mais relevantes, sejam obras comparticipadas por fundos do estado ou europeus, sejam simples realizações de gestão corrente de âmbito cultural, desportiva ou de solidariedade social.

Tal como todos os Mirandelenses, o Dr. José Silvano ambiciona que Mirandela seja um concelho desenvolvido, solidário, polarizador de pessoas e de serviços, com qualidade de vida e esteja servido de boas infra-estruturas de saneamento básico, redes viárias, escolas e possua muitos espaços de lazer e de cultura. No entanto, perante uma taxa de execução orçamental em 2007 inferior a 50%, a proposta de um orçamento para 2008 maior em 6% é a afirmação e o reconhecimento, já à partida, de que as propostas que faz aos Mirandelenses não são para cumprir, tanto no plano financeiro, como no plano da execução das actividades propostas. É também um orçamento que não dá sinais de que o Dr. José Silvano queira assumir as responsabilidades de redução do passivo da Câmara a que devia estar moralmente sujeito. São estas as inúmeras razões que justificam a discordância deste este Orçamento para 2008, na certeza de que só o assumir das dívidas e a identificação precisa das áreas de actuação, com a identificação dos problemas mais prementes a resolver irá permitir o desenvolvimento do Concelho de Mirandela de uma forma sustentável e solidária.

Doze anos é muito tempo e, no entanto, o Executivo liderado pelo Drº Silvano continua sem conseguir apontar um caminho para o desenvolvimento do concelho que não seja o do betão e das iniciativas e realizações avulsas, embora ultimamente tenha utilizado outra estratégia, como seja, lançar algum “show off mediático” mas que depois não sai do papel, ou mais grave que isso, quando se apresentam os verdadeiros números orçamentais até se dão indicações contrários, chama-se a isto “iludir as populações”. As responsabilidades pela situação das contas municipais devem, por isso, ser procuradas na falta de estratégia da Câmara, nas opções e prioridades erradas que assumiu, no despesismo com que tantas vezes se actua, e na sua incapacidade para atrair investimento capaz de gerar riqueza localmente e de forma continuada no tempo, como dizia um ilustre historiador o Prof. José Hermano Saraiva “local onde existe trabalho, existe vida, e local onde existe ócio, existe desertificação”, e com este tipo de políticas estaremos condenados à desertificação deste concelho.

A definição de algumas das opções do Executivo pareceu-nos também desfasada da realidade na análise que fizemos do volume e distribuição dos investimentos pelo concelho. A visão integrada e solidária dos problemas do concelho, orientada para a coesão social e económica a longo prazo e para a redução das assimetrias intra-concelhias, é algo que deveria ser valorizado de sobremaneira, pelo que propomos a reorganização das prioridades, o reforço de alguns investimentos e a aposta em novas opções.

Apoiaremos, por isso, a libertação de algumas verbas de rubricas que nos causaram algumas reservas nesta proposta orçamental e a sua reafectação a quatro grandes domínios de intervenção prioritária:
1) Educação
2) Actividade Económica
3) Acção Social
4) Ambiente


Por isso, não nos revemos na postura política do actual executivo camarário e achamos que é urgente encontrar políticas alternativa a quem:
• Não se preocupa em colocar Mirandela na rota do progresso e do desenvolvimento;
• Influencia negativamente o tecido empresarial do concelho;
• Descura a construção de Habitação Social e o apoio efectivo à Terceira Idade;
• Afasta do concelho a população jovem e não atrai quadros técnicos e investimento;
Ignora as necessidades da juventude do concelho (apoio à habitação, 1º emprego, ocupação dos tempos livres).
• Adia a construção de infra-estruturas imprescindíveis.

Creio aliás, que estão criadas as condições para a promoção de alguns passos decisivos no sentido da paulatina reconfiguração do modelo de desenvolvimento do concelho, em direcção a um novo paradigma que tenha no desenvolvimento integrado e sustentado e na qualidade de vida os seus principais motivos.

Deixo aqui também uma sugestão para que no próximo ano se enveredem alguns esforços para desenvolver um Orçamento Participativo, no sentido de consultar a população sobre as ideias de investimento, excluindo as despesas correntes do funcionamento da autarquia.

Assim no sentido, de mostrar que esta oposição procura gerar uma nova postura dinâmica nas políticas deste concelho ao qual por vezes nem todos estão preparados para acompanhar, e mostrando o seu lado dinâmico, valorativo e determinado nas políticas pró-activas, iremos apresentar uma proposta para que se possa potenciar investimentos para este concelho, e desta forma existir a criação de mais riqueza e qualidade de vida às suas populações.
Já agora não quero deixar de lhe dizer que nós já conhecemos bem a sua táctica, quando fica condicionado, que procura atingir pessoalmente os seus pares, porque sabe das suas limitações, pelo que isso já não surte efeito e já está gasto, e desde já, lhe dizemos que não vale a pena entrar por aí, pois sugerimos-lhe que mude de procedimentos, sempre terá outra credibilidade as suas ideias e já diz o nosso povo “de livro fechado não sai letrado”.

INTERVENÇAO POLITICA - BARRAGEM FOZ TUA

Na reunião camarária de 21.11.2007 foi efectuada a seguinte intervenção politica pelo Vereador Nuno Sousa:

"Não obstante da realização do debate sobre as consequências da construção da Barragem Foz-Tua, que teve lugar no passado dia 10 de Novembro, à qual o CDS esteve presente, e na sequência da carta enviada pelo Presidente de Câmara ao Sr. Ministro da Economia, importa prestar esclarecimentos relativamente ao assunto em questão:

1. Sendo este debate de vital importância para o Concelho, porque razão não foi tratado no quadro das competências dos Órgãos Municipais? Porque não foram convidados representantes dos vários grupos políticos para expor as suas posições relativamente a este assunto?

2. Mais uma vez, o Sr. Presidente quis aproveitar um assunto da competência do Governo que afecta o nosso e outros Municípios da região, para ganhar alguma visibilidade pública, no tom contestatário populista que o tem caracterizado nos últimos tempos e que se caracteriza por um total desconhecimento das matérias, por uma tomada de posição ambivalente, volátil e incoerente – ora bate no Governo, ora lhe beija as mãos, ora diz que uma barragem é má, ora sugere duas. O facto é que o Sr, Presidente não tem uma posição assertiva sobre o assunto. Vagueia apenas ao sabor das conveniências. Procura avançar com tomadas de posição públicas pelo todo, cavalgando os Vereadores da Oposição e até a própria Assembleia Municipal, para que depois possa vir em praça pública acusá-los de ser inimigos da terra ou inconsistentes se tomarem uma posição contrária da sua.

3. As tácticas de diversão do Sr. Presidente são de nós, conhecidas há muito, e não nos desviam da nossa linha de actuação que é pautada pelo rigor e seriedade.

4. Nunca, em reunião camarária alguma, foi deliberada uma tomada de posição, favorável ou desfavorável, referente ao aproveitamento hidroeléctrico do rio Tua, quer pelo Executivo Camarário do PSD ou do CDS, pelo que qualquer tomada de posição pública ou proposta avançada em nome da Câmara Municipal de Mirandela, carece de prévia deliberação camarária.

5. No que se refere à proposta de construção de duas barragens, conforme já foi defendida pelo Sr. Presidente nesse debate e em outras intervenções públicas, a mesma não representa a posição do CDS neste assunto.

6. O CDS entende, e após análise do estudo de impacte ambiental e do estudo económico desenvolvido pela EDP, que a construção de uma barragem terá um menor impacto ambiental do que a solução de duas barragens, mesma quando essa possa vir a ser executada com o Nível Pleno de Armazenamento à cota 195m, conforme estudo técnico desenvolvido.

7. Levantam-se assim, questões pertinentes sobre a importância desta acção política desenvolvida pelo Sr. Presidente:
• Em primeiro lugar, importa saber se o Sr. Presidente da Câmara de Mirandela, ou alguém do seu Executivo, esteve na discussão pública sobre o Plano Nacional das Barragens realizado recentemente em Matosinhos, nomeadamente com a presença dos autores dos vários estudos técnico-ambientais referente a esse Plano, para aí apresentar e discutir a viabilidade da sua proposta alternativa;
Importa saber a ausência dos deputados da Assembleia da República e dos Autarcas dos Municípios afectos à construção da barragem, neste evento de discussão pública, especialmente os eleitos pelo PSD, do nosso Distrito;
Importa ainda saber, se a proposta idealizada pelo Sr. Presidente, assente não se sabe em que fundamentação técnico-económica, que assume o encerramento definitivo da linha férrea do Tua, que elimina qualquer vestígio sobrante da paisagem e biodiversidade do Vale do Tua, que submerge as pontes da Brunheda e Abreiro, que inunda as povoações do Cachão e Frechas para tornar o rio navegável até Mirandela, é um argumento politico pessoal ou suportado pela Comissão Politica Nacional do PSD, de que faz parte, pois trata-se de matéria de âmbito nacional.

8. Parece-nos que o aproveitamento hidroeléctrico de apenas uma barragem na Foz do Tua, permitiria a sua coexistência com uma requalificação turístico-ambiental da nossa região. Essa é uma preocupação nossa, pois pretendemos um desenvolvimento sustentável para esta região e com reduzidos impactos ambientais na nossa biodiversidade.

9. É esta a postura do CDS nesta matéria e de resto tem sido esta a nossa postura em tantas outras matérias em que há um cruzamento de interesses nacionais e locais."

DECLARAÇÃO DE VOTO - EMPRÉSTIMO DE CURTO PRAZO NO VALOR DE 1.000.000,00€

A contracção deste empréstimo no valor de 1.000.000,00€, apresentado ao Executivo Camarário para deliberação, reflecte o estado em que as finanças desta autarquia se encontram sob a gestão do Sr. Presidente.

Durante este mandato, os Vereadores do CDS já votaram favoravelmente a contracção de um empréstimo para pagamento de dívidas a fornecedores acumuladas na sequência do despesismo eleitoralista recorrente de mandato anteriores. A nossa decisão foi no sentido de salvaguardar o bom-nome desta Câmara Municipal na praça pública.

Embora com algumas reservas, julgávamos que o Sr. Presidente seria mais comedido nas suas despesas correntes, pagando atempadamente as dívidas contraídas a fornecedores e empreiteiros, minorando o défice orçamental que esta Autarquia ostenta. Não só não houve contenção das despesas correntes, como se assistiu a um crescendo da política de gestão financeira eleitoralista conforme já tivemos oportunidade de referir na declaração de voto do Orçamento para 2008.

Basta interpretar o teor do ponto 3 do Orçamento de 2008, que garante ao Sr. Presidente, total autonomia na contracção arbitrária de empréstimos, sem discussão no Executivo Camarário e respectiva deliberação, para compreender a lógica eleitoralista da sua gestão financeira e o impacto negativo desta em relação à sustentabilidade a longo prazo das contas públicas da Câmara Municipal.

O Sr. Presidente, como populista que é, só está preocupado com o período eleitoral que se avizinha e, por conseguinte, com a necessidade, desesperada, de “parecer que se fez”. Não cuidou em aumentar a capacidade de captação de recursos da câmara, sobretudo no que toca a projectos comunitários. Tudo isto pesa no bolso dos munícipes: não só se consomem recursos sem impacto estruturante na vida dos munícipes, como se lhes cobra cada vez mais impostos municipais para sustentar este despesismo rompante e politiqueiro.

Todavia, não pretendemos inviabilizar com o voto contra este empréstimo, mas também não votaremos a favor. Somos favoráveis à contracção de empréstimos para fins determinados. Esta proposta foi apresentada sem uma justificação objectiva, contudo, a câmara não pode exercer o papel de mau pagador para com os seus credores. O nosso voto é de Abstenção.

DECLARAÇÃO DE VOTO - PARTICIPAÇÃO DO MUNICÍPIO NO IRS


A lei nº2/2007, de 15 de Janeiro, designada por Lei das Finanças Locais, estipula que os Municípios podem desagravar taxas de IRS com uma redução até 5% aos seus munícipes. Esta introdução à Lei das Finanças Locais, aprovada em Parlamento, mediante proposta de alteração apresentada pelo grupo parlamentar do CDS/PP tem por objectivo promover junto dos municípios, uma maior responsabilidade autárquica no caminho de uma verdadeira descentralização fiscal.

Esta particularidade na nova Lei das Finanças Locais permite ainda, que municípios com uma gestão financeira minimamente estabilizada e com receitas, possam “abdicar” de algumas em benefício dos seus contribuintes. A proposta que o Executivo PSD pretende aprovar nesta reunião camarária, é simplesmente o oposto – assumir a retenção do valor máximo de 5% no IRS, onerando uma vez mais os contribuintes residentes em Mirandela.

A decisão politica, do valor máximo de 5% no IRS, claramente assumida pelo Executivo PSD, sem justificações plausíveis, revela, por um lado a fragilidade financeira das contas actuais do Município, por outro, uma tentação de fixar a percentagem máxima para pagar dívidas de um passado financeiro “despesista” – verifiquem-se os Orçamentos aprovados nos últimos anos de campanhas eleitorais autárquicas.

Em relação a este assunto, consideramos que, qualquer agravamento de impostos irá reflectir-se na já elevada carga fiscal imposta aos munícipes mirandelenses para 2008. Relembramos o aumento dos índices, nos termos do CIMI, de 0,3% para Prédios Urbanos Avaliados e 0,6% para Prédios Urbanos, aprovados apenas pelo Executivo PSD.

Contudo, uma menor participação percentual no IRS dos contribuintes, complementada pela recente divulgação pelo Sr. Primeiro-Ministro, relativamente aos incentivos fiscais para empresas que se pretendam instalar ou já estejam instaladas no interior do País, bem como, pelo desiderato evidenciado no protocolo de empreendedorismo regional, hoje, aprovado por unanimidade, pode, descriminar positivamente o concelho de Mirandela e a região transmontana, promovendo a fixação de mais população e emprego.

Compreendemos que a participação do Município no IRS dos munícipes é necessária, e numa implementação inicial como esta, a aprovação de uma percentagem inferior pode ser uma boa politica, para que esta taxa não prejudique ainda mais a vida dos Mirandelenses, que vêm o seu nível de vida cada vez mais dificultado e agravado pelo recente aumento de taxas de juros de empréstimos à habitação, entre outros impostos. Fica a nossa recomendação: Sr. Presidente, aprove hoje, uma participação inferior no IRS dos Mirandelenses.

Por ultimo, consideramos que a obtenção de receitas municipais para reforço da sustentabilidade financeira deste Município, não deve ser efectuada somente pela oneração de impostos aos contribuintes, mas através de iniciativas económicas inovadoras que visem a captação de receitas próprias, que no caso desta Autarquia, são inexistentes.

Pelos motivos atrás mencionados, a Vereação da Oposição vota contra esta proposta.

* Imagem: www.bigfoto.com

DECLARAÇÃO DE VOTO - REGULAMENTO DE APOIOS ECONÓMICOS

Elogiamos esta iniciativa enquadrada no âmbito do Programa Rede Social de Mirandela. É um passo positivo no apoio de munícipes e famílias desfavorecidas, permitindo que os mesmo possam usufruir de apoios municipais por forma a reduzir a pobreza e a exclusão social existente neste concelho.

1 - No que concerne à Habitação importa referir o seguinte: que com esta proposta de um cartão social do Munícipe, o Sr. Presidente tenha uma postura política transparente, para que esta importante iniciativa não seja desvirtuada com um propósito político semelhante ao inquérito realizado junto das famílias mais carenciadas do concelho aquando da prometida construção de habitações sociais, em 2001.
Eram os objectivos políticos da Autarquia, e bem, contribuir para a resolução das carências habitacionais do Concelho. Todavia, esse propósito assentou numa repetida promessa eleitoral ao longo de três mandatos que serviu apenas para atrair votos de um eleitorado fragilizado pela sua condição social, de fracos recursos económicos para arrendar ou adquirir habitação própria.
Preocupa-nos ainda que o parque habitacional da Autarquia seja entregue a famílias carenciadas sem o mínimo de condições de salubridade e habitabilidade. Pergunto ao Sr. Presidente, se também desejaria ser assim acolhido, sabendo perfeitamente, que essas famílias muitas vezes não estão em condições de rejeitarem o que lhes é “oferecido”?
Esperava-se que a Autarquia fosse mais exemplar, investindo na manutenção do seu parque habitacional, que sabemos, com factos bem concretos nos anteriores orçamentos que essa não é uma das prioridades do Sr. Presidente.

2 - No que se refere à Acção Social Escolar consideramos adequada as propostas apresentadas neste regulamento.

3 - Ao nível da Acção Social, o Sr. Presidente propõe o apoio de 200€/ano por agregado familiar na comparticipação de medicamentos e uma comparticipação nas despesas com o consumo de água de 200€/ano por agregado familiar. Medidas positivas, mas de curto alcance, ou seja, para “inglês ver”.
No âmbito desta tipologia, a Vereação do CDS apresentou, em Abril de 2006, uma proposta para a criação de um tarifário familiar para o consumo de água potável, direccionado às famílias numerosas e carenciadas. Consideramos que esta é uma medida justa e um factor decisivo para promover e favorecer a família, protegendo e beneficiando os clientes de consumo doméstico com agregados familiares com mais de quatro elementos, mediante o alargamento dos escalões definidos para a tarifa doméstica.
Não sendo esta uma medida inovadora no País, foi, no entanto, aplicada em inúmeros Municípios. Prontificou-se o Sr. Presidente em discuti-la junto do Conselho de Administração dos SMA, para inclusão no respectivo Regulamento Municipal. Todavia, aguarda-se que a mesma venha a este Executivo Camarário para aprovação.

Quanto ao apoio financeiro na comparticipação de medicamentos, consideramos que a mesma é uma medida positiva, mas que associada a uma outra decisão, já aqui neste Executivo Camarário, deliberada por unanimidade, em Junho de 2006, potenciaria ainda mais o alcance deste benefício. Referimo-nos ao Protocolo da Unidade Móvel de Saúde. Um compromisso eleitoral do CDS, apoiado pelo Sr. Presidente, contrariando algumas vozes da bancada do PSD, que limitados pela sua visão politica, a consideraram demagógica e que a proposta do PSD era mais ambiciosa.
“Ambiciosa” em quê Sr. Presidente? Na “hipocrisia”? Na “fraude politica” deste assunto?
Todavia, não será com o Orçamento, hoje aprovado, que Mirandela deixará de ser o único Concelho do Distrito de Bragança onde não existe uma Unidade Móvel de Saúde. Deixamos à reflexão do Sr. Presidente.

No que concerne à votação deste regulamento, o nosso voto será favorável.